A Tenda Coração de Jesus foi fundada na data de 24 de junho
de 1945, pela Ialorixá Irene Rosa de Xangô,Irene Rosa fazia quitandas que
vendia na “beira da Linha Mogiana”. Quando se muda para Uberlândia passa a
desenvolver a mesma atividade do pai: proprietária de depósito de lenha,
atividade desenvolvida com o auxílio dos filhos e netos. Com o tempo consegue
comprar 3 lotes na rua Rafael Rinaldi, onde hoje se localiza a “tenda Coração
de Jesus”, primeiro terreiro de Umbanda a abrir as portas na cidade. Além da
filha, criou mais 18 filhos adotivos. Irene Rosa lecionava para os filhos e
para as crianças vizinhas. Dona Maria do Rosário relata que ela ensinava mais a
ler do que escrever, pois as condições econômicas não permitiam comprar
material como cadernos, lápis e giz de escrever. Fabricavam giz com pedaços de
mandioca para escrever na lousa. Sua casa era também abrigo para muitas pessoas
que vinham para a cidade em busca de tratamento médico ou em busca de trabalho.
Irene Rosa era “a madrinha Irene”, ou “Mãe Ireninha”. Em sua casa surge o terno
de Catupé de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, o Catupé do Martins.
Diversos outros ternos contavam com sua benção. No dia 17 de setembro de 1974
falece Irene Rosa, em sua homenagem foi criada a Rua Irene Rosa, localizada no
Bairro Oswaldo Resende, Uberlândia – MG . Após seu falecimento, quem assumiu a
direção da Tenda foi Roque Silva (Pai Roque), marido de sua sobrinha, depois do
falecimento de Pai Roque, a casa foi deixada na responsabilidade de sua neta
Maria Irene, A Tenda Coração representa um marco nas lutas de afirmação e
identidade religiosa em
Uberlândia. A casa é a pioneira na organização de Procissões
Festivas em louvor aos Orixás. A atual Zeladora, Mãe Maria Irene de Nanã é a
organizadora da festa em louvor de Iemanjá, que é realizada há muitos anos no
Parque do Sabiá, e tornou-se festeira perpétua da festa. O Terreiro este ano chegou
ao seu 9ª Encontro de Tendas Umbandistas de Uberlândia e Região. Nestes 64 anos
de história, plantamos boas sementes e já começamos a colher bons frutos, pois
vários filhos desta casa, respeitando a mesma doutrina, se tornaram Sacerdócios
de Umbanda e atualmente já exercem em suas próprias casas de Axé trabalhos de caridade.
Hoje o nosso amado Templo de Umbanda TENDA CORAÇÃO DE JESUS,
esta fazendo 66 anos de caridade e amor verdadeiro e consciente há todos os irmãos
que lá procuram um palavra amiga, em busca de consolo espiritual.
Esta é a casa que me ensinou a Amar.
A Bater no Peito e dizer “Sou Umbandista, e me orgulho muito
disto”.
É saber respeitar para ser respeitado, é saber amar para ser
amado ,é saber ouvir para ser escutado, é saber dar um pouco de si para receber
um pouco de Deus dentro de si.
É saber que a Umbanda não faz milagres, quem os faz é Deus e
quem os recebe os mereceu.
É saber que uma casa de Umbanda não vende nem dá salvação,
mas oferece ajuda aos que querem encontrar um caminho.
É ter respeito por sua casa, por seu sacerdote e pela
Religião de Umbanda como um todo: irmandade.
É saber conversar com seu sacerdote e retirar suas dúvidas.
É saber que nem sempre estamos preparados. Que são
necessários sacrifícios, tempo e dedicação para o sacerdócio.
É entrar em um terreiro sem ter hora para sair ou sair do
terreiro após o último consulente ser atendido.
É mesmo sem fumar e beber dar liberdade aos meus guias para
que eles utilizem esses materiais para ajudar ao próximo, confiando que me
deixem sempre bem após as sessões.
É me dar ao meu Orixá para que ele me possua com sua força e
me deixe um pouco dessa força para que eu possa viver meu dia-a-dia numa luta
constante em benefício dos que precisam de auxílio espiritual.
É sofrer por não negar o que sou e ser o que sou com dignidade,
com amor e dedicação.
É ser chamado de atrasado, de sujo, de ignorante,
conservador, alienígena, louco. E ainda assim amar minha religião e defendê-la
com todo carinho e amor que ela merece.
É ser ofendido físico, espiritual e moralmente, mas mesmo
assim continuar amando minha Umbanda.
É ser chamado de adorador do Diabo, de Satanás, de servo dos
encostos e mesmo assim levantar a cabeça, sorrir e seguir em frente com
dignidade.
É ser Umbandista e pedindo sempre a Zambi para que eu nunca
esteja Umbandista.
É acreditar mesmo nos piores momentos, com a pior das
doenças, estando um caco espiritual e material, que os Orixás e os guias, mesmo
que não possam nos tirar dessas situações, estarão ali, ao nosso lado, momento
a momento nos dando força e coragem; ser Umbandista é acima de tudo acreditar
nos Orixás e nos guias, pois eles representam a essência e a pureza de Deus.
É dizer sim, onde os outros dizem não!
É saber respeitar o que o outro faz como Umbanda, mesmo que
seja diferente da nossa, mas sabendo que existe um propósito no que ambos estão
fazendo.
É vestir o branco sem vaidade.
É alguém que você nunca viu te agradecer porque um dos seus
guias a ajudou e não ter orgulho.
É colocar suas guias e sentir o peso de uma responsabilidade
onde muitos possam ver ostentação.
É chorar, sorrir, andar, respirar e viver dentro de uma
religião sem querer nada em troca.
É ter vergonha de pedir aos Orixás por você, mas não ter
vergonha de pedir pelos outros.
É não ter vergonha de levar uma oferenda em uma praia ou
mata, nem ter vergonha de exercer a nossa religiosidade diante dos outros.
É estar sempre pronto para servir a espiritualidade, seja no
terreiro, seja numa encruza, seja na calunga, seja no cemitério, seja na
macaia, seja nos caminhos. Seja em qualquer lugar onde nosso trabalho seja
necessário.
É se alegrar por saber que a Umbanda é uma religião
maravilhosa, mas também sofrer porque os Umbandistas ainda são tão
preconceituosos uns com os outros.
É ficar incorporado 5, 6 horas em cada uma das giras,
sentindo seu corpo moído e ao mesmo tempo sentir a satisfação e o bem estar por
mais um dia de trabalho.
É sentir a força do zoar dos atabaques, sua vibração, sua
importância, sua ação, sua força dentro de uma gira e no trabalho espiritual.
É arriar a oferenda para o Orixá e receber seu Axé.
É ver um consulente entrar no terreiro chorando e vê-lo mais
tarde sair do terreiro sorrindo.
É ter esperança que um dia, nós Umbandistas, acharemos a
receita do respeito mútuo.
É ser Umbandista mesmo que outros digam que o que você faz,
sua prática, sua fé, sua doutrina, seu acreditar, sua dedicação, seu suor, suas
lágrimas e sacrifício, não sejam Umbanda.
É saber que existe vaidade mesmo quando alguém diz que não
têm vaidade: vaidade de não ter vaidade.
É saber o que significa a Umbanda não para você,mas para
todos.
É saber que as palavras somente não bastam. Deve haver
atitude junto com as palavras: falar e fazer, pensar e ser, ser e nunca estar.
É saber que a Umbanda não vê cor, não vê raça, não vê status
social, não vê poder econômico, não vê credo. Só vê ajuda, caridade, luta,
justiça, cura, lágrima… e bom, mal e bem…Os problemas, as necessidades e a
ajuda para solucionar os problemas de quem a procura.
É saber que a Umbanda é livre; não tem dono, não tem Papa,
mas está aí para ajudar e servir a todos que a procuram.
É saber que você não escolheu a Umbanda, mas que a Umbanda
escolheu você.
É amar com todas as forças essa Religião maravilhosa chamada
Umbanda.
Parabéns a Todos da Tenda Coração de Jesus, médiuns e assistentes.
Parabéns à todos os nossos ancestrais.
Parabéns ao Pai João da Bahia, que é nosso mestre e guia espiritual, chefe da casa.
Parabéns ao nosso Pai Xangô, em seu dia! Que faça justiça a todos os casos dentro desta casa.
Parabéns São João Batista!!
E Parabéns a Diretoria da Tenda Coração de Jesus, que vem fazendo um belo trabalho em prol da casa.
Axé para todos! E vamos festar!
Parabéns a Todos da Tenda Coração de Jesus, médiuns e assistentes.
Parabéns à todos os nossos ancestrais.
Parabéns ao Pai João da Bahia, que é nosso mestre e guia espiritual, chefe da casa.
Parabéns ao nosso Pai Xangô, em seu dia! Que faça justiça a todos os casos dentro desta casa.
Parabéns São João Batista!!
E Parabéns a Diretoria da Tenda Coração de Jesus, que vem fazendo um belo trabalho em prol da casa.
Axé para todos! E vamos festar!
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