terça-feira, 28 de junho de 2011

Parabéns a TENDA CORAÇÃO DE JESUS pelos seus 64 anos de existência e resistência.



64 ANOS DE TENDA CORAÇÃO DE JESUS







Neste ano de 2011, como de costume, no dia 24/06 todos os médiuns, irmãos e assistentes da Tenda Coração de Jesus se reuniram para celebrar os merecidos 64 anos da nossa casa.
Logo de manhã, podemos acompanhar nos bastidores da festa, toda a movimentação na comunidade, todos empenhados em fazer uma festa alegre e bonita, deixando o terreiro brilhando para que o Coração de Jesus esteja confortável para receber seus filhos.
A expectativa é sempre grande, pois na verdade são duas grandes festa em uma só, sendo elas: A festa de Aniversário da Tenda e também a Homenagem feita para Xangô e o Pai João da Bahia.
Todos tomam seu banho de ervas de seu respectivo Orixá, afastando assim de todas as energias negativas que possam vim atrapalhar o médium. A defumação também é feita em toda a comunidade, tornando o ambiente propício e agradável para receber bem todos os mentores de luz e as boas energias dos Orixás.
A noite chegou, o céu estava estrelado, como o esperado o altar estava lindo e casa toda enfeitada e no centro do terreiro estava o andor enfeitado com a imagem de Xangô (no sincretismo: São Jerônimo) indicando a todos os presentes um dos grandes homenageados da noite.
Após cantos feitos para os guardiões, pedindo a vigia nas tronqueiras da casa e como é de praxe fizemos as orações de abertura dos trabalhos, juntamente com a defumação, o cruzamento com a pemba para que o corpo de cristo esteja presente na casa.
Com o terreiro protegido e bem guarnecido, podemos então começar a procissão para o Orixá Xangô. Com o andor a frente, sendo carregado pelos seus devotos, onde graças a Deus a procissão seguiu em paz, todos cantando alto e mostrando o quanto nossa religião é linda e deve ser respeitada.
Ao chegar no terreiro, a energia de Xangô podia ser sentida pelos presentes, o atabaque tocava para o nosso Rei da Justiça, e que ela sempre prevaleça em todos os casos.
A Umbanda chamou o grande pai e ele nos atendeu, os médiuns de incorporação já começavam a receber as vibrações do Orixá dando início a gira.
As bênçãos foram derramadas á todos os presentes que cantaram e pediram com fé, e que estas preces sejam ouvidas e elevadas até o nosso Pai Oxalá, dando somente o que merecemos nada mais.
Com o encerramento da Gira de Xangô, deu-se continuidade com a linha dos Preto-Velhos, com nosso Pai João abrindo a gira chamando em seguida toda a falange de Aruanda, Guiné, Angola, Moçambique, entre outros.
Como tradição da casa, acendemos uma fogueira na rua, onde todos os Preto-Velhos dançaram em volta dela.Um momento muito especial, porque os nossos velhinhos lembram dos poucos momentos na época da escravidão que podiam festejar e dançar em volta da fogueira, a Curimba começa a tocar pontos de Moçambique lembrando ainda mais o cativeiro.
Imagino que a maioria dos assistentes e médiuns desincorporados sentem no mínimo uma leve sensação que já viveram também algo semelhante, que já participaram daquela dança em vidas passadas. O toque dos atabaques sincronizam com as batidas do coração, que acelera emocionado ao ver tamanha energia imantada daquele ritual sagrado.
A fogueira aos poucos vai diminuindo e os nossos mentores africanos retornam ao terreiro, do lado de fora começa agora uma nova etapa: O BATISMO.
Trata-se de uma grande oportunidade dos pais batizarem seus filhos, onde normalmente os Padrinhos já foram selecionados, e, diga-se de passagem: O critério tem que ser rigoroso, pois na falta dos pais, é o padrinho que tem a responsabilidade de ajudar a
cuidar criança e orientá-la para não se perder na vida. Neste rito seu filho é batizado, confirmado e coroado na Graça de Deus e na lei de Umbanda.
Enquanto isso dentro do terreiro, os todos dançam e cantam pra os Preto-velhos, cantam parabéns pelos 64 Anos de Amor, Fé, Caridade, humildade, Dedicação, amizade e a Felicidade de seguir os passos do nosso Pai Oxalá.
A Festa vai chegando ao fim, pois respeitamos os horários e leis da terra, quando o relógio consta 10:00 hrs não mais se escuta o som dos atabaques, mas a festa continua com certeza no astral.
Felizmente mais um ano todos satisfeitos e certos que Deus também esta feliz conosco, pois sabemos que os atos são mais importantes do que palavras, e que Deus não nos deu a oportunidade de viver, sem a obrigação de se redimir e fazer o bem ao próximo.
E que SE não existisse a continuação na vida espiritual, aqueles que erraram a vida toda, que desprezaram os ensinamentos divinos, teriam o mesmo destino dos irmão que agiram corretamente aos olhos do Senhor.
Não meus irmãos! Deus é bom, mas também sabe fazer justiça, vamos sim colher tudo aquilo que plantamos em vida. Lembrem-se: vida material é passageira, vamos nos preocupar com a vida espiritual, esta sim é real e eterna! Axé para todos!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pai José e a Tenda Coração de Jesus!

PONTO CANTADO DE PAI JOSÉ DE ARUANDA (Mãe Peq. Dircirene Arantes de Iemanjá).

"Ouvi um gemido, na bera do mar,

era o Pai josé que chamava a Iemanja; --- Refrão 2x

Mamãe me leva que eu não posso ficar,

Senhor branco não me quer, eu não posso trabalhar; --- Refrão 2x

Três dias e três noites Pai José ali ficou,

até que a ondas do mar,o pai josé levou" --- Refrão 2x

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Esse ponto cantado maravilhoso, contanto a parte da história do preto velho Pai José, veio para a médium Dircirene Arantes Silva ou Dircirene d'Iemanja, quando ainda era pequena, quando os indícios de mediunidade começavam aflorar! Primeira neta da Quarta Geração, todos nós da família temos um carinho especial com ela.
A irmã no qual estou me referindo é esta da imagem á sua direita.
Filha mais velha da Atual Zeladora de Santo Maria Irene, tem como responsabilidade e orgulho de receber a guia espiritual preta velha Mãe Chiquinha e outros guias de falanges diferentes.
O Primeiro a encorporar com o mentor espiritual Pai José na casa, foi Vicente de Paula Arantes, que infelizmente partiu deste plano já há alguns anos.
Mas quem recebe atualmente o nosso bondoso Pai josé, é a irmã mais nova da Dircirene: Mirelli Arantes Silva ou Mãe Mirelli de Oxossi, uma filha da casa, carregada de axé e muito decida em seus propósitos, como todos filhos de Oxóssi.
Há pouco tempo, foi ordenado pelo Preto Velho Pai João da Bahia (Guia Chefe da Casa), que todos os pretos velhos que encorporam em pais e mães no santo da terreiro e suas matrizes, seriam coroados e receberiam juntamente uma capa.
Com isso, o nosso Pai José foi coroado e recebeu todo o nosso reconhecimento, por tudo que fez, faz e fará pela casa, tudo em nome da Fé, do Amor e da Esperança em dia melhores.
Por acessorar tão bem nossa Mãe Mirelle com ensinamentos e guiando-a nos caminhos na Umbanda.
Para quem não conheçe a Mãe Mirelle, apresento com muito orgulho, ilustrando-a na foto a direita ------------>
Desejamos muito a para ela, que mereçe com certeza todo o nosso respeito e carinho!
E o nosso sincero agradecimento a este bondoso velhinho, que é o nosso Pai e Amigo "José de Aruanda", seja elevado ao mais alto grau na espiritualidade, e que todos esses anos da mais pura caridade praticada seja revertido em dobro para o senhor! Que por mais luz que já tenha, que receba ainda mais as bençãos e permissões de nosso Pai Oxalá, para descer em terra e continuar com o seu trabalho. Adorei as Almas.


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MENSAGEM DE PAI JOSÉ DE ARUANDA - "AMOR"

(enviadas pelos médiuns: Dorival A. Vieira e Priscilla S. Rosa.)

Meus irmãos de Fé, venho neste cantinho tentar trazer um pouquinho sobre o que é "Amor". Amor este em que podemos colocar em tantos verbos/palavras no presente, passado e no futuro.
Falar de amor é reconhecer todas as obras de Cristo, desde suas mais simples criaturas as mais sábias, amor é amar a natureza e tudo o que ela contempla, é sentir a brisa corre em seu rosto, o cheiro da relva em dia chuvoso, o sol a se por atrás das montanhas, os pássaros a ovar em dia ensolarado, o mar entora seu canto em cada quebra de onda, ver o que nasce livre, viver livre!! Ah Pai, como tu criaste tudo belo, lindo e maravilhoso!
AMAR é ver em cada ser a imagem do Criador, é se ver como uno, assim como Cristo o criaste único, majestoso e belo, como tudo que o cerca também. Acordem, façam, perseverem, amem, sorriam a aqueles a quem nunca olhastes antes, verás que logo tudo ao seu redor também mudará, será diferente e harmonioso.
O Pai, sempre estará velando por todos vós, acolhendo a cada pedido, enviando seus mensageiros de luz para auxílio, portando, filhos amados o único modo de alcançar os portões luminosos da sabedoria é AMAR!
Deixo nestas pouquinhas linhas, alguns de meus pensamentos para reflexão.Que o Pai esteja sempre junto de cada um de vocês, abençoando cada ação e direção que vires a tomar na consciência do Cristo!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

CIVILIZAÇÃO IORUBÁ

CIVILIZAÇÃO IORUBÁ


A Civilização Ioruba
Os iorubás ou iorubas (em iorubá: Yorùbá), também conhecidos como ou yorubá (io•ru•bá) ou yoruba, são um dos maiores grupo étno-linguístico ou grupo étnico na África Ocidental, composto por 30 milhões de pessoas em toda a região. Constituem o segundo maior grupo étnico na Nigéria, com aproximadamente 21% da sua população total.

OrigemAs lendas contam que Ilé-Ifé teria sido o próprio berço da humanidade. Ali Todos os povos e reinos descenderiam do deus-rei Odudua, fundador da cidade sagrada. Outra lenda diz que Odudua seria o condutor de uma gente vinda do Leste.Após a fundação da cidade sagrada o povo teria se espalhado pela região e tomou forma final por volta do final do primeiro milênio. Possível época da fundação de Oyo, capital política dos iorubas. Cidades independentes com seus governantes, camponeses. O Senhor do reino ratificava o poder dos mandantes de cada cidade que era chamado de Bale e tinha a assembléia dos notáveis, que era na realidade a detentora da autoridade. O guarda muralhas, em geral era um mágico, o babalaô, que recolhia os impostos. Uma aristocracia improdutiva controlava as armas, o poder político, o comércio local, nacional e internacional.

Por que regularizar os templos das religiões afro-brasileiras?‏


Por Prof. Dr. Hédio Silva Junior

hedsilva@uol.com.br


Como regularizar e o que regula­rizar? Estas duas perguntas são as que mais ouço em palestras, cursos e eventos que participo da Umbanda e do Candomblé em São Paulo e pelo país afora.
Para respondê-las, a primeira tare­fa é combater a desinformação. Muita gente acredita que o estatuto da orga­nização religiosa, por exemplo, pode pre­judicar as tradições ou os preceitos de um determinado segmento religioso. Ao contrário: o estatuto deve servir pa­ra fortalecer as tradições, os valores religiosos.
Não existe modelo único, um padrão de estatuto que deve ser seguido por to­dos. Existem, sim, algumas exigências previstas em lei. Fora disso, cada seg­mento tem ampla liberdade para moldar o estatuto de acordo com suas tra­di­ções. Outra tarefa importante: muita gen­te acredita que nunca nada vai dar erra­do no seu Terreiro. Trata-se de um gra­ve e perigoso engano.
Nas minhas palestras sempre faço questão de lembrar que quando alguém é recolhido, adulto ou criança, filho ou não da Casa, amigo ou desconhecido, é preciso que haja uma declaração assi­nada pela própria pessoa, pelos pais ou responsáveis. Se possível com firma reconhecida. Nesta declaração a pessoa deve indicar que ela será recolhida de livre e espontânea vontade; o tempo de recolhimento, o endereço em que fi­cará, entre outros dados.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

CIVILIZAÇÕES AFRICANAS

"DURANTE TODA A MINHA VIDA FUI OBRIGADO NAS ESCOLAS, A APRENDER SOMENTE SOBRE HISTÓRIAS DE TODA PARTE DO MUNDO, COM EXCEÇÃO A MÃE ÁFRICA. UM ABSURDO! POIS SABEMOS QUE ESTE CONTINENTE É O BERÇO DO MUNDO, ONDE TUDO COMEÇOU.

COMO ENTENDER O PRESENTE SEM ENTENDER O PASSADO?


PORÉM HOJE PRESENTEIO A TODOS AQUELES QUE SEMPRE TIVERAM A CURIOSIDADE DE CONHECER MELHOR AS CIVILIZAÇÕES AFRICANAS, E PARA QUEM ACHAVA QUE A ÁFRICA NÃO TINHA HISTÓRIA, ESTAVA COMPLETAMENTE ENGANADO, INAUGURO ESTA SÉRIE COM UMA GRANDE LEGIÃO DE GUERREIROS POR NATUREZA, ESTOU FALANDO DO "IMPÉRIO ZULU".



Império Zulu

Os zulus são um povo do sul da África, vivendo em territórios atualmente correspondentes à África do Sul, Lesoto, Suazilândia, Zimbábue e Moçambique. Embora hoje tenham expansão e poder político restritos, os zulus foram, no passado, uma nação guerreira que resistiu à invasão imperialista britânica e bôere no século XIX.




História

Os zulus eram originalmente um grande clã onde hoje é o norte do kwaZulu-Natal. Foi fundada por Zulu kaNtombhela. Em 1816, os zulus formaram um poderoso estado sob liderança de Shaka.


Shaka.


Tchaka, fundador do reino Zulu

Foi em 1740 que Dingiswayo tomou conta do poder da tribo Mthethwa. Iniciou uma política de expansão, começando a submeter várias tribos vizinhas à sua autoridade. Foi então que começou a organizar o exército sob o regime de grupos por idades. A medida que ia submetendo as tribos vizinhas permitia que os chefes dessas tribos continuassem no seu posto, sendo apenas obrigados a pagar-lhe um tributo em gado. Começou assim a criar as funções dum grande reino Ngoni.
Dingiswayo começou a expandir-se para o norte, o que obrigou Zwide, o chefe dos Ndwandwe, a fugir para o norte. Ao atravessar o rio Pongola empurrou os Ngwane que tiveram que ir para a região onde hoje é a Swazilândia. Ficaram desta forma duas grandes tribos frente a frente, a dos Mthethwa e a dos Ndwandwa.
Por volta de 1790 nasceu na tribo Zulu um rapaz a quem deram o nome de Tchaka. A história do nome Tchaka está relacionada com as circunstâncias do seu nascimento e por isso a vamos contar. O pai de Tchaka era herdeiro do trono Zulu. Entre os Zulus era proibido aos homens terem relações sexuais antes de terem sido circuncidados. O pai de Tchaka, porém, engravidou Nandi, a mãe de Tchaka, antes de ter sido circuncidado. Começou-se então a dizer-se que Nandi não estava grávida, que a razão para o crescimento da barriga era devida a uma doença dos intestinos a que chamavam «i-tshaka».
Quando o rapaz nasceu passaram a chamar-lhe Tchaka. Mais tarde o pai reconheceu o filho como sendo seu e tomou Nandi como uma das suas mulheres. Tchaka cresceu no entanto afastado do seu pai, vivendo muito ligado à sua mãe e mais tarde veremos as consequências que isso lhe trouxe no futuro.
Durante a sua adolescência Tchaka foi incorporado num dos grupos por idades do exército de Dingiswayo onde logo demonstrou a sua grande bravura e a sua força atlética. Em breve se tornou um herói favorito de Dingiswayo e passou a comandar um regimento do exército.
Em 1816 o pai de Tchaka morreu e Tchaka decidiu tomar à força o trono Zulu. Embora a sua mãe nunca tivesse sido considerada uma das grandes mulheres do pai de Tchaka, e este não tivesse possibilidades de subir ao trono, a sua posição no exército de Dingiswayo e a sua qualidade de favorito fizeram com que Dingiswayo ajudasse Tchaka a tomar o trono pela força.
Em 1818 houve uma grande batalha entre Dingiswayo e Zwide na qual o chefe Mthethwa foi morto. Tchaka imediatamente tomou conta do poder e iniciou uma série de reformas militares que o tornaram quase invencível.

A organização do exército de Tchaka

Dingiswayo não tinha conseguido submeter as tribos Ndwandwe à sua autoridade. Os Ndwandwe eram comandados por Zwide. Na luta pelo espaço Tchaka precisava expandir para o norte. Para isso reformou todos os métodos de táctica e organização do seu exército. Tchaka formou um estado tribal militar.




Tchaka tinha verificado durante a sua estadia no exército de Dingiswayo que as armas empregadas já não correspondiam às novas tácticas de guerra. Dantes eram pequenos grupos que combatiam mas com a formação do exército por idade novas armas eram necessárias. Quando eram pequenos grupos de homens que lutavam usavam lanças que atiravam de longe. À medida que mais homens entravam na luta, continuando a usar lanças, a maior parte dos homens ficava desarmada. Assim, a primeira modificação que Tchaka introduziu foi a de substituir a lança que se atirava por uma lança mais curta de que o guerreiro se servia como uma espada e que nunca o abandonava. Era punido de morte o guerreiro que perdesse a sua lança-espada. Ao mesmo tempo Tchaka introduziu o uso do escudo que protegia o corpo inteiro.
Tchaka transformou a organização tribal numa organização militar unida, fazendo participar todos os membros da sociedade na guerra, dividindo com precisão as funções e introduzindo uma disciplina severa e cruel. Todos os homens de 16 a 60 anos serviam no exército. Era proibido aos jovens guerreiros casar-se e o casamento só era autorizado como pagamento de serviços militares. Os guerreiros só comiam carne. As mulheres e as crianças serviam também no exército, seguindo o exército com gado, cozinhando e carregando comida. Os homens de outras tribos que eram feitos prisioneiros tornavam-se escravos e se eram novos e fortes faziam parte do exército. As mulheres, as crianças e o gado das tribos derrotadas eram incorporadas na tribo. No período entre guerras toda a tribo vivia em grandes conjuntos militares (ekanda).
O chefe supremo era o chefe militar. Era ditador e proprietário de todas as terras da tribo e tinha o direito de vida e de morte sobre os membros da tribo. Era também o juiz supremo em casos de assassínio e traição, crimes que eram punidos com a pena da morte. Todavia, o poder ditador de Tchaka tinha os seus limites. Era controlado por conselheiros (indunas) com os quais se devia reunir para tomar decisões importantes.
Foi graças a esta organização militar perfeita que os zulus conseguiram conquistar e derrotar numerosas outras tribos.

A batalha de Gokoli

Tchaka tornara-se senhor absoluto nas terras entre o rio Pongola e o rio Tugela. Começou a desafiar o poder de Zwide, conseguindo fazer com que várias tribos Ndwandwe começassem a prestar-lhe vassalagem. Zwide não podia ficar parado perante um inimigo que se preparava para conquistar-lhe as suas terras e por isso resolveu tomar a iniciativa de atacar Tchaka.
Os dois exércitos encontraram-se perto da colina Gokoli. Nesta batalha os novos métodos de guerra instituidos por Tchaka foram postos à prova pela primeira vez. Os Ndwandwe eram numericamente superiores mas a disciplina do exército zulu conseguiu-lhe outra superioridade. Os Ndwandwe não conseguiram penetrar nas linhas cerradas dos zulus, apezar de terem atacado inúmeras vezes. Tiveram de recuar deixando no campo de batalha cinco dos filhos de Zwide, entre os quais o herdeiro.
Zwide não desistiu de atacar. Sabia que travava com Tchaka um combate decisivo. Ou ele vencia e podia continuar a reinar ou era vencido por Tchaka e o seu povo ficaria sob o domínio zulu.
Assim em 1819 enviou contra Tchaka um exército poderosíssimo. Face a um exército tão numeroso Tchaka teve que adaptar novas tácticas.
Tchaka enviou o seu povo e o seu gado para fechar a passagem ao inimigo ao mesmo tempo que ia atacando o exército Ndwandwe com pequenos destacamentos de guerreiros, numa táctica de guerrilhas. Uma noite uma grande quantidade de guerreiros zulus conseguiu penetrar no acampamento dos Ndwandwe, enquanto estes dormiam, e mataram centenas de guerreiros. Antes dos Ndwandwe poderem reagir os guerreiros zulus fugiram.
Ao mesmo tempo, Tchaka ia deixando o exército inimigo penetrar no seu território quase até ao rio Tugela, continuando a fazer pequenos ataques de guerrilhas, indo assim desmoralizando o exército inimigo. A fome começou a lavrar no exército de Zwide e todos os homens estavam muito cansados. Zwide então decidiu recuar e voltar para o seu país.
Quando iam atravessar o rio Mhlatuze o exército de Tchaka caiu sobre eles. Foram completamente derrotados. Tchaka enviou os seus exércitos que entraram no país Ndwandwe e massacraram a maior parte da população civil. O que restou do exército de Zwide dividiu-se em três grupos. Zwide conseguiu chegar com alguns dos seus até ao Alto Incomate onde se instalou. Dois outros grupos dirigidos por Soshangane e Zwangedaba foram instalar-se em Moçambique ao sul do Limpopo.
A batalha de Gokoli marca uma etapa decisiva na carreira de Tchaka e foi o ponto de partida do que se chamou o Mfecane, ou sejam as migrações para o norte de muitas tribos Ngoni.
Tchaka passou desta forma a dominar em todo o território que ia desde a Delagoa Bay (Lourenço Marques) até ao rio Tugela.

O império Zulu


Estátua em homenagem a Shaka.

Depois da sua vitoriosa campanha contra os seus vizinhos do norte, Tchaka resolveu atacar o sul. Várias expedições foram enviadas para combater os Pondos. Conseguiu assim chegar até ao rio Fish.
Tendo conseguido formar um Império tão vasto Tchaka começou a reforçar a sua organização de Estado. Era difícil manter a lealdade sob um conjunto de povos diferentes. Assim, os chefes das tribos conquistadas se se declarassem fiéis a Tchaka, continuavam nos seus postos. Muitas vezes, porém, era-lhes tirado o poder e Tchaka nomeava para o seu lugar pessoas da sua confiança. A base do poder residia no exército. Tchaka criou uma série de guarnições militares à frente das quais se encontrava sempre um induna. Essas guarnições estendiam-se por todo o território e dessa maneira Tchaka estava pronto contra qualquer rebelião dos povos conquistados. Essas guarnições eram verdadeiros quartéis onde se encontravam todos os militares que viviam na sanzala e que passavam todo o tempo em exercícios militares.
Tchaka tornou-se um chefe cruel. Muitos dos seus generais (indunas) não estavam satisfeitos com a disciplina de ferro que Tchaka impunha no exército, sobretudo no que diz respeito ao casamento.
Vários indunas se revoltaram contra Tchaka. Um dos mais importantes foi Mzilikazi que com os homens que formavam a sua sanzala desertou da organização do estado de Tchaka e foi instalar-se para o noroeste onde é hoje a Rodésia, perto de Bulawayo.
Tchaka continuou a fazer campanhas militares sucessivas. Lembremo-nos de que Zwide tinha sido derrotado em Gokoli e se refugiara no Alto Incomate. Os Ndwandwe tinham conseguido reconstruir a sua tribo e esta começava a ser muito forte sob o comando de Sikuniana, filho de Zwide. Em 1826 Zwide morreu e um outro seu filho Somapunga disputa o trono a Sikuniana.

Não o tendo conseguido vai ter com os zulus e anuncia-lhes que Sikuniana faz planos de atacar Tchaka. Este imediatamente manda um grande exército que apanha os Ndwandwe quase desprevenidos. Um grande massacre tem lugar e cerca de 40.000 Ndwandwe são mortos. A tribo Ndwandwe ficou quase totalmente dizimada e deixou de existir como tribo independente. Os poucos que restaram foram acolher-se junto de Mzilikazi e Soshangane.
Tchaka continua a fazer ataques sucessivos contra os povos vizinhos. Todos são obrigados a pagar-lhe anualmente tributos sob a forma de cabeças de gado. As exigências de Tchaka são cada vez maiores e muitas tribos não conseguem às vezes reunir o número de cabeças de gado para satisfazer Tchaka.
As expedições punitivas aumentam e todo o Império zulu vive mergulhado no terror. Várias tentativas de assassinato são feitas contra Tchaka.

A morte de Tchaka

Em 1827 Tchaka decide ir atacar Soshangane que nessa altura se encontrava perto de Delagoa Bay (Lourenço Marques). Quando ia quase a chegar a Lourenço Marques chegou-lhe a notícia de que sua mãe Nandi morrera.Tchaka imediatamente mandou parar a expedição e voltou.
Tchaka sentiu muito profundamente a morte de sua mãe, com quem vivera e a quem tinha uma afeição sem medida. Em sinal de luto pela morte de Nandi Tchaka ordenou uma série de sacrifícios. Durante um ano não se faria agricultura, não se beberia leite nem comeria carne e todos se deviam abster de relações sexuais. Toda a mulher que engravidasse nesse período era morta, juntamente com o marido.
Tchaka nunca casara, porque um herdeiro fazia-lhe pensar na sua própria morte. Toda a mulher que se engravidasse dele era morta.
O luto pela morte de Nandi provocou um grande descontentamento em todo o povo. Toda a gente achava aqueles sacrifícios arbitrários e desumanos.
Em 1828, aproveitando-se do descontentamento geral em todo o Império, dois irmãos de Tchaka de nome Dingane e Mhlangane ajudados por um induna Mbhope resolveram assassinar Tchaka. No momento em que Tchaka tinha enviado uma parte dos seus exércitos para atacar os Pondos numa expedição punitiva, Dingane e Mhlangane assassinaram Tchaka. Foi Dingane quem sucedeu a Tchaka.

Guerra Anglo-Zulu




A Guerra Anglo-Zulu foi um conflito que aconteceu em 1879 entre o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda e os Zulus.

Em 11 de dezembro de 1878, os britânicos entregaram um ultimato aos onze chefes representados por Setshwayo. Os termos incluíam a rendição de seu exército e aceitar a autoridade britânica. Cetshwayo recusou e a guerra começou em 1879.


Batalha de Isandlwana.

Os zulus ganharam em 22 de janeiro a batalha de Isandlwana. A virada dos britânicos veio com a batalha em Rorke's Drift e sua vitória veio com a batalha de Ulundy em 4 de Julho.

Os britânicos venceram a guerra e conquistaram o Império Zulu.

FONTES:http://www.universodahistoria.blogspot.com/